Nova Direita Cultural
Metapolítica,tradição,inconformismo e reflexões aristocráticas
terça-feira, 21 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
Manifesto: a nova direita do ano 2000 - Parte 1
De Alain de Benoist e Charles Champetier
Introdução
A
nova direita nasceu em 1968. Não é um movimento politico, mas uma escola de
pensamento. Suas atividades, há mais de trinta anos (publicação de livros e
revistas, realização de colóquios e conferências, organização de seminários e
cursos de férias, etc.) se situam em uma perspectiva eminentemente metapolítica.
A metapolítica
não é outra maneira de fazer politica. Não é, em absoluto, uma “estratégia” que
visa impor uma hegemonia intelectual; tampouco pretende desqualificar outras
posições ou atitudes possíveis. Em poucas palavras, a metapolítica tem como
base a constatação de que as ideias possuem um papel fundamental nas
consciências coletivas e, de forma mais geral, em toda a história humana. Heráclito,
Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomas de Aquino, Rene Descartes, Immanuel
Kant, Adam Smith e Karl Marx provocaram em sua época, com suas obras,
revoluções decisivas cujo efeito ainda se percebe. É verdade que a historia é
resultado da vontade e da ação do homem, porem estas se realizam sempre
pautadas em um certo numero de convicções, crenças, e representações que as
conferem um sentido e a orientam. A ambição da Nova Direita é contribuir para a
renovação destas representações sócio-históricas.
Por
outro lado, o acerto desta perspectiva metapolítica vem abalizado pela reflexão
sobre a evolução das sociedades na alvorada do século XXI. Com efeito, hoje
constatamos, por um lado, a crescente impotência dos partidos, sindicatos,
governos e o conjunto das formas clássicas de conquista e exercício do poder, e
por outro, a acelerada obsolescência de todas as velhas fronteiras e divisões que
haviam vindo caracterizando a modernidade, começando pela tradicional díade
direita/esquerda. Simultaneamente estamos assistindo a uma explosão sem
precedentes de conhecimentos, que se multiplicam sem que suas consequências
cheguem a ser sempre totalmente percebidas. Em um mundo onde os grupos fechados
deram vez às redes interconectadas, onde os pontos de referencias estão cada
vez mais confusos, a ação metapolítica consiste na intenção de dar novamente um
sentido às coisas, ao mais alto nível, através de novas sínteses; em
desenvolver, ah margem da insignificância da politica, um modo de pensamento
resolutamente transversal; definitivamente, estudar todos os campos do saber
com o fim de propor uma visão coerente do mundo.
Tal
é o nosso objetivo desde há trinta anos, e o presente Manifesto assim o mostra.
Sua primeira parte, “Situações”, oferece uma analise crítica de nossa época. A
segunda, “Fundamentos”, expõe a base da nossa visão do homem e do mundo. Ambas
estão inspiradas por uma posição pluridisciplinar que supera a maior parte das
fronteiras intelectuais hoje reconhecidas. Tribalismo e mundialismo,
nacionalismo e internacionalismo, liberalismo e marxismo, individualismo e
coletivismo, progressismo e conservadorismo se opõe, com efeito dentro da mesma
logica complacente da exclusão de uma terceira alternativa . Porém desde há um
século estas oposições fáticas mascaram o essencial: a amplitude de uma crise
que impõe uma radical renovação dos nossos modos de pensamento, decisão e ação.
Em vão, pois, se buscará nestas páginas o rastro de dos precursores dos quais
não seríamos mais que os herdeiros: a Nova Direita é fruto das mais diversas
vertentes teóricas que a precederam. Praticando uma leitura extensiva da
história das ideias, ela não hesita em incorporar aquelas que lhe pareçam
corretas em qualquer corrente de pensamento. É certo, por outro lado, que tal
posição transversal provoca regularmente a ira dos “cães Cérbero” do
pensamento, que se incumbem de congelar as ortodoxias ideológicas com o intuito
de paralisar qualquer nova síntese que possa ameaçar seu conforto intelectual.
E
por fim, desde suas origens, a Nova Direita agrupa homem e mulheres que vivem na
mesma cidade e que desejam participar de uma maneira efetiva no seu
florescimento. Tanto na França como em outros países, ela constitui uma
comunidade de trabalho e reflexão cujos membros não são necessariamente
intelectuais, porém todos se interessam, de uma ou outra maneira, pelo combate
das ideias. Nesta perspectiva, a terceira parte deste manifesto, “Orientações”,
exprime nossa posição sobre os grandes debates da atualidade e nosso ponto de
vista sobre o futuro de nossos povos e nossa civilização.
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